quarta-feira, 8 de julho de 2020

SANTEIROS COM MUITO ORGULHO


Reportagem: Maria Vitória/Ana Clara – Fotos: Camila Araújo

Na verdade o orgulho quem sente mesmo é a cidade. Bom Conselho é uma das raras cidades no Agreste de Pernambuco que guarda um celeiro de artesões que fabricam imagens de santos. São os santeiros como são conhecidos e que dominam essa arte milenar de reproduzir imagens de santos.

A nossa reportagem encontrou Eduardo Bezerra Cavalcante ou Eduardo Santeiro, 53 anos e um bom pedaço desses anos vividos fabricando estátuas – Exatos 40 anos. O ofício ao que parece é um tanto hereditário uma vez que Eduardo já aprendeu com o seu padrinho ainda criança, quando tinha 12 anos. O padrinho já era santeiro na cidade há muito tempo. Na verdade, na família tem mais gente que domina essa arte, como seu irmão, por exemplo.


Ao longo dos anos, Eduardo foi desenvolvendo técnicas, percepções e aperfeiçoando o seu trabalho e hoje pode ser considerado um dos melhores de Pernambuco. Em seu atelier são 7 pessoas trabalhando com este artesão, dependendo do tamanho das encomendas pode envolver até mais pessoas. Sua média de produção semanal é de até dois santos por encomenda, O que aliás é acima do padrão normal, considerando-se todo o trabalho artesanal e o aperfeiçoamento nas esculturas que requer detalhes imprescindíveis.


Os santos de Eduardo já foram parar na casa de famosos como o blogueiro Carlinhos Maia e já está presente em residências nas capitais Brasil afora. Ele domina a confecção dos mais variados santos, mas há sempre uma preferência de encomendas para São José, Santa Ana e Nossa Senhora.

Mesmo com a ajuda de máquinas para determinados réplicas das imagens de santos escolhidas, na madeira, o artesão volta às origens da arte da escultura para esculpir os detalhes mais notórios das estátuas à mão. Segundo revelou Eduardo, os santos produzidos por ele recebem pintura à ouro 22 Quilates. É sem dúvidas uma obra de arte requintada e por isso podem custar em média 2 mil reais num menor valor, dependendo do tamanho. Porém, o mais  importante é o reconhecimento dessa arte secular chegada ao Brasil por influência dos portugueses na colonização, mas que ganhou força e história de valorização na figura de um Aleijadinho e seu pai por exemplo.


Há mais desses artistas em Bom Conselho. Os famosos santeiros que com a sua arte, ajudam a alimentar a fé do povo, construindo imagens que nos remetem aos mártires da igreja e sustenta a devoção de cada um.

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