Reportagem De Danielle Muniz
A Praça onde se encontra esse patrimônio
Público em Bom Conselho chama-se Santo Antonio. Para quem não sabe um dos mais
expressivos mártires da Igreja Católica ligado também às artes.
Foi então sensível e grandiosa a ideia do então
Prefeito Walmir Soares de construir durante sua gestão no período de 1982 a
1988 um monumento cultural para atividades de esportes, lazer e cultura. No
prédio, observa-se uma arquitetura arrojada e cheia de requintes modernos com
uma beleza singular e destacando-se para sua forma arredondada, daí o apelido
de Cuscuz.
A população mais leiga não sabe que esse
apelido tem o melhor sentido que se pode dar a um ambiente cultural como este.
É que a forma arredondada simulando círculo representa nas artes sentido da
coletividade, algo pertencente a todos por igual. Daí as reuniões das leituras
de textos no teatro, cinema e tv por exemplo, são feitas com os atores e
técnicos em círculo. Da mesma maneira se dá as rodas de conversas literárias e
assim por diante. Então a alcunha do prédio tem muito a ver com isso tudo e
está muito bem colocado. O que não anda nada bem é a situação do prédio e suas
respectivas finalidades.
Logo quer construído na gestão de Walmir, as
atividades culturais, de lazer e esportivas ocupavam com frequência regular o
ambiente. A começar pelos circos que se armavam no pátio do terreno, até os
momentos culturais promovidos pela Secretaria de Educação de sua época e
promotores cultuais da cidade.
Nos anos 80 o local teve uma efervescência
extraordinária de uso. De lá para cá, o abandono tomou conta do lugar e as
gestões de governo se revezam cada tentando mostrar quem mais é ignorante nesse
aspecto cultural da cidade. Claro que falamos de atividades compatíveis com o
tamanho do ambiente dando assim vida a sua finalidade. Rodas de leitura,
teatro, dança, exposições sacras, gincanas, shows acústicos, palestras e até um
pequeno cinema hoje absolutamente fácil de ser montado com recursos em
equipamentos vindos através de projetos dentro e fora do estado.
Mas, já de alguns anos pra cá o show tem sido
de sujeira, do mato que cresce, de pichações e da desconfortável cara de
abandono e desprezo que o local recebe, denunciando todos os dias a
administração pública municipal de Bom Conselho e sua trupe ligada à educação cultura, que nada entendem do local e muito
menos de cultura. Demonstram não saber também, que no entorno de todo Agreste
Meridional, somente Bom Conselho possui um prédio específico para atividades
multiculturais e não sabe o que fazer com ele.
A população se entristece ao ver animais
circulando pelo local dia e noite, os vândalos usando droga ou virando
esconderijos de malfeitores para ataques de roubos e furtos. A Praça está
escura e toda Bom Conselho se escurece com ela sem enxergar a valorização das
artes e dos artistas de seu município.
No breu da ignorância pública, as autoridades
mantem-se cegas cuspindo na história e no respeito a legados importantes como
este deixado pelo ex-prefeito Walmir Soares. É lamentável.
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