Reportagem: Maria Vitória e Danielle Muniz
As repórteres Maria Vitória e Danielle Muniz
continuam a sua saga catando sanfoneiro nos quatro cantos de Bom Conselho. Essa
sequencia do Blog tem a finalidade de dar uma força de reconhecimento e
valorização justamente num momento agudo onde todos os tocadores fole está sem
poder exercer o seu ofício de músico devido a pandemia.
Encontramos José Vicente da Silva, popularmente
conhecido como Zé Tezourão. Carrega o dom de tocar sanfona desde moleque e
hoje, aos 62 anos, permanece com o mesmo entusiasmo e amor ao instrumento.
Nascido no Riacho Seco, hoje mora em Bom Conselho, mas como todo bom tocador
traz a essência da vida rude do campo que se confunde com os acordes da
sanfona.
Eram as décadas de 60 e 70 e o menino
sanfoneiro com apenas 10 anos já burilava na sanfona sob a influência de seu
pai que já toca 8 baixos. Talvez tenha sido a velha sanfona de 8 baixos o
elixir que enfeitiçou o menino pra tocar sanfona. Quando moleque por ter as
pernas longas ganhou esse apelido de Tezourão. Não se importa e acabou adotando
o apelido a seu nome artístico.
No passado foi caminhoneiro por profissão indo
e vindo para São Paulo nos idos de 68. Mas um acidente o fez largar da vida de
caminhoneiro. Com o incentivo da esposa, voltou a estudar quando em 76 fez
vestibular para engenharia e passou indo estudar em Recife. Foi desde essa
época que precisou vender a sanfona vindo comprar outro instrumento agora há
pouco.
Músicas como Tico Tico no Fubá e Cururo no
Brejo são clássicos do universo do acordeon que estão em seu repertório. Outro
músico entristecido com a ausência do São João este ano. Mas isso é fácil de
remediar, porque ele mesmo afirma que para aprender a tocar sanfona “em
primeiro lugar tem que aprender música e em segundo lugar viver todo dia
tocando”.
Assim sendo, a nossa reportagem deixou Zé
Tezourão abrindo e fechando o fole todos os das já ensaiando para o São João do
ano que vem.
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