domingo, 21 de junho de 2020

ZÉ TEZOURÃO E A VELHA SANFONA DE 8 BAIXOS


Reportagem: Maria Vitória e Danielle Muniz

As repórteres Maria Vitória e Danielle Muniz continuam a sua saga catando sanfoneiro nos quatro cantos de Bom Conselho. Essa sequencia do Blog tem a finalidade de dar uma força de reconhecimento e valorização justamente num momento agudo onde todos os tocadores fole está sem poder exercer o seu ofício de músico devido a pandemia.

Encontramos José Vicente da Silva, popularmente conhecido como Zé Tezourão. Carrega o dom de tocar sanfona desde moleque e hoje, aos 62 anos, permanece com o mesmo entusiasmo e amor ao instrumento. Nascido no Riacho Seco, hoje mora em Bom Conselho, mas como todo bom tocador traz a essência da vida rude do campo que se confunde com os acordes da sanfona.

Eram as décadas de 60 e 70 e o menino sanfoneiro com apenas 10 anos já burilava na sanfona sob a influência de seu pai que já toca 8 baixos. Talvez tenha sido a velha sanfona de 8 baixos o elixir que enfeitiçou o menino pra tocar sanfona. Quando moleque por ter as pernas longas ganhou esse apelido de Tezourão. Não se importa e acabou adotando o apelido a seu nome artístico.


No passado foi caminhoneiro por profissão indo e vindo para São Paulo nos idos de 68. Mas um acidente o fez largar da vida de caminhoneiro. Com o incentivo da esposa, voltou a estudar quando em 76 fez vestibular para engenharia e passou indo estudar em Recife. Foi desde essa época que precisou vender a sanfona vindo comprar outro instrumento agora há pouco.

Músicas como Tico Tico no Fubá e Cururo no Brejo são clássicos do universo do acordeon que estão em seu repertório. Outro músico entristecido com a ausência do São João este ano. Mas isso é fácil de remediar, porque ele mesmo afirma que para aprender a tocar sanfona “em primeiro lugar tem que aprender música e em segundo lugar viver todo dia tocando”.

Assim sendo, a nossa reportagem deixou Zé Tezourão abrindo e fechando o fole todos os das já ensaiando para o São João do ano que vem.

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