Nesta semana a aproximação de uma nuvem de
gafanhotos da região Sul do Brasil gerou preocupação de autoridades, produtores
e da população. Mas a previsão de baixa temperatura na região pode ser um
obstáculo importante e dificultar a entrada desse grupo de insetos no
território nacional. Hoje o Ministério da Agricultura declarou emergência
fitossanitária em razão do fenômeno.
A nuvem saiu de uma região entre a Bolívia e o
Paraguai. A população de gafanhotos teria crescido muito em razão de altas
temperaturas e da seca. A migração teria sido motivada pela busca por alimentos
em outros locais, chegando nesta semana à Argentina, no norte da província de
Santa Fé e na província de Corrientes, que fazem divisa com o oeste do Rio
Grande do Sul.
Segundo o pesquisador da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Dori Navas, esta região gaúcha teve baixas
temperaturas, na casa dos 0 graus, ao longo desta semana e para a próxima a
previsão é ficar abaixo dos 10 graus.
“Isso é fator importante que faz com que
gafanhoto tenha dificuldade de voar. Eles estão migrando porque altas
temperaturas favorecem. Com a frente fria dificilmente continuará a descer. Ele
não vai ter condições de temperatura para migrar. Acredita-se que nuvem fique
estacionada sobre o território argentina”, explica o pesquisador.
Ele acrescenta que a frente fria está vindo
acompanhada de ventos no sentido sul-norte, o que em vez de direcionar a nuvem
para o Brasil pode fazer com que ela faça “o caminho contrário” ou impactar o
agrupamento. “Provavelmente o inseto não migre mais. Ele deve permanecer no
local onde está ou se dispersar”, comenta Nava.
Caso a nuvem entre no Brasil, o pesquisador
esclarece que não há riscos aos humanos, no máximo dificuldade de deslocamento.
O risco maior é para as plantações, que servem de alimento. Em uma eventual
presença desses insetos, a medida de combate é o disparo de produtos tóxicos
por aeronaves no local de concentração delas.
A federação de produtores rurais do estado
(Farsul) informou à Agência Brasil que está monitorando o avanço da nuvem. Caso
os insetos adentrem o território brasileiro, a orientação aos agricultores é
avisar as autoridades fitossanitárias para que essas possam agir.
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