quinta-feira, 18 de junho de 2020

A SANFONA DE BAIM SANFONEIRO


Fotos: Pedro Neto
Reportagem: Ana Clara e Daniele

Agora é com a gente! De Basto Peroba a equipe de reportagem do Blog Bom Conselho Paratodos inicia sua caminhada em busca das maiores expressões da sanfona em Bom Conselho. Risca na porta de Valdemar Alves Bezerra – Baim Sanfoneiro. Ele recebe a turma com a mesma graça dos artistas de bem com a vida, principalmente quando descobre que está sendo lembrado e reconhecido como músico.

Hoje com 74 anos, Baim começou aos 10 anos de idade sob a influência de Tonho de Buzunga, que era um de seus primos famosos da sanfona da época, Luiz Gonzaga e claro, Basto Peroba.

Desde moleque teve apoio da família e cresceu dando uns “pegas” na sanfona até dominar o instrumento. Durante muito tempo foi responsável pelas festas juninas da prefeitura, e na Casa da Caridade era o mais cotado para animar os forrós.


Somente ano passado, Baim tocou pelo menos umas 40 festas. Ao longo da carreira chegou a gravar seu primeiro CD contendo 18 músicas e uma delas foi feita para homenagear o Mestre Basto Peroba.

Como todo artista do estilo, o velho sanfoneiro também está triste por não poder puxar o fole nos folguedos desse ano por conta da pandemia. E com toda razão, porque ele mesmo afirmou a nossa a reportagem que quando se apresenta para o público, se sente satisfeito por fazer as pessoas felizes, não só pelo dinheiro, mas sim pelo gosto musical, prelo prazer de tocar.


Claro que em seu repertório não pode falta as músicas dos grandes artistas Luiz Gonzaga e Dominguinhos. Baim os considera como seus padrinhos de instrumento e o seu amigo Basto Peroba era mesmo o padrinho de todos os sanfoneiros de Bom Conselho.


O músico nutre a esperança de brevemente poder voltar a abrir o fechar o fole com a mesma alegria que o fez a mais de 60 anos. Baim dá sempre a entender que já vive pronto as vinte e quatro horas por dia. Logo que passe esses tempos bicudos, quem sabe não volta a reunir Edvaldo no triângulo, Everaldo e ele mesmo no Acordeon, Manivinha na zambumba e Rafael Jr no cavaquinho e contra baixo. Foi essa a turma que gravou com ele seu primeiro CD Seu grupo de músicos do Cd.

Num dado momento de nossa reportagem quem parece falar mais forte é seu Valdemar Alves. O mesmo Baim do Acordeon revela sua preocupação para com a geração mais nova incentivando-os a dedicar-se não somente a sanfona, mas sobretudo a preservação do forró pé de serra, que na opinião dele está ficando cada vez mais esquecido.” Os sanfoneiros mas velhos já estão  indo embora, mas o que se interessar  em querer aprender, será um prazer ensinar”, revela Baim do alto de sua simplicidade e boa vontade sem egoísmo.

Diz que ver nascer novos talentos é uma garantia para valorizar os grandes artistas do forró pé de serra. Vamos continuar na trilha desse legado sublime de sanfoneiros de nossa região.

Acompanhe as próximas edições  que vem mais por aí.

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